sábado, 7 de março de 2009


DIA INTERNACIONAL DA MULHER

Um dia para não esquecer

Por: Ivete Garcia*

Socióloga, Ivete Garcia, reflete sobre o Dia Internacional da Mulher

É com muita emoção e entusiasmo que registro o meu primeiro artigo como colunista, justamente na semana em que se comemora o Dia Internacional da Mulher (8 de Março).
Acompanhamos no rádio, na TV e internet, entrevistas, artigos, debates, dicas de beleza, de saúde e culinária. Nas escolas, nas empresas, nas instituições, homenagens com flores, bombons, mensagens, serenatas. Nas ruas, passeatas e manifestações dão visibilidade à luta por direitos e contra todas as formas de discriminação. Uma data, um marco, uma celebração? Ouso dizer que tudo é válido. O importante é que no mundo todo esse dia está em pauta.
Ao longo dos anos, as agências de propaganda e publicidade criaram novas formas de lembrar o 8 de Março, distorcendo inclusive o objetivo com promoções de roupas, jóias e cosméticos. Não raramente, neste dia se ouve o questionamento - na maioria das vezes vindo da ala masculina – “Por que não se tem um dia só para homens?” Para responder a essa pergunta é preciso resgatar a história.
A instituição desta data deve-se ao assassinato, em 8 de março de 1857, de dezenas de operárias nos Estados Unidos. Elas faziam greve e reivindicavam redução de jornada, adoção da licença maternidade e melhores condições de trabalho. Por isso, o Dia Internacional da Mulher é um convite à reflexão: as mulheres são maioria na sociedade, mas historicamente foram excluídas do trabalho, da educação e da vida pública.
Claro que temos muitas conquistas a comemorar, mas duvido que o leitor ou a leitora não conheçam ao menos uma mulher que sofra de algum tipo de injustiça por sua condição feminina. Por isso, esquecer esse dia ou transformá-lo apenas em um dia festivo seria sucumbir a uma realidade que ainda está longe, muito longe da ideal. É só olhar à nossa volta: violência, abusos, assédio sexual, baixos salários, dupla jornada, sobrecarga no trabalho doméstico e educação dos filhos, humilhações, existência de leis conservadoras e ínfima presença das mulheres nos espaços de comando e poder.
Neste momento de estreia convido as mulheres - negras, brancas, idosas, jovens, deficientes, lésbicas - que individual ou coletivamente enfrentam as adversidades do cotidiano, a engrossarem as fileiras contra as injustiças e discriminações.

* Ivete Garcia é socióloga, mestre em administração e militante feminista. Foi assessora dos Direitos da Mulher na Prefeitura de Santo André; vereadora, presidenta da Câmara e vice-prefeita da cidade.

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