segunda-feira, 22 de novembro de 2010

DIA INTERNACIONAL DE ELIMINAÇÃO DA VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES – 25 DE NOVEMBRO

Estão todas convidadas para ajudar nossa atividade de rua no próximo sábado, 27 de novembro, na Praça da Estátua – final da Rua Oliveira Lima – Centro - Santo André.

Teremos boletim para distribuir.

Vacinação contra o machismo e preconceito.

Testemunhas silenciosas para carregar.

Faixa para estender e fazer pedágio no semáforo.

Som para passar nosso recado.

Portanto, muita coisa para dividirmos.

A hora é agora, com Dilma Presidenta, precisamos nos fortalecer e aproveitar para conquistarmos mais direitos e para garantirmos os direitos já conquistados.

Toda ajuda será bem vinda, esperamos vocês à partir das 9h00.

E abaixo segue o boletim e a programação da Frente Regional do ABC

Saudações Feministas


Fé-Minina - Movimento de Mulheres de Santo André


FRENTE REGIONAL DO GRANDE ABC DE ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER


PROGRAMAÇÃO DA SEMANA PARA MARCAR O

DIA INTERNACIONAL DE ELIMINAÇÃO DA VIOLÊNCIA

CONTRA AS MULHERES – 25 DE NOVEMBRO

A Frente Regional incentivou que em cada cidade do Grande ABC, as mulheres organizadas dos movimentos fossem para as ruas denunciar e enfrentar este grave problema que prejudica não só as mulheres, mas toda a sociedade. Por isso conseguiu construir uma agenda para dar visibilidade e conscientizar sobre o tema. Nos dias e locais informados abaixo, haverá um grupo de mulheres distribuindo o Boletim da Frente Regional e conversando com as pessoas.

Divulguem, participem. Se cada pessoa fizer sua parte, com certeza estaremos construindo uma sociedade mais justa e fraterna.

22/11/

19 h

Palestra com Psicólogo Flávio Urra: “Homens Agressores” - Centro Integrado de Saúde e Educação da Terceira Idade (CISE) João Castaldelli –Av. Kennedy, 2.400 - Bairro Olímpico – São Caetano do Sul

24/11

18h

Debate: “Os Desafios das Políticas de Atendimento às Mulheres em Situação de Violência ” – Exposição da Profª Graziela Acquaviva Pavez – Atividade Regional proposta pelo GT Gênero do Consórcio Intermunicipal. Auditório da Câmara Municipal deSanto André – Paço Municipal – Centro.

25/11

9h às 12h

Orientação e distribuição de material informativo - Praça Cardeal Arco Verde (Igreja Matriz) e Praça da Figueira – Av. Visconde de Inhaúma - Bairro Boa Vista - São Caetano do Sul

25/11

17h

Orientação e distribuição de material informativo - Em frente ao Mauá Plaza Shopping – Centro – Mauá

26/11

10h

Orientação e distribuição de material informativo - Praça Castelo Branco – Centro - Diadema

26/11

14h às 18h

Orientação e distribuição de material informativo - Praça da Matriz – Centro - São Bernardo do Campo

27/11

10h

Orientação e distribuição de material informativo – Praça da Estátua – final da Rua Oliveira Lima – Centro - Santo André

30/11

15h às 19h

Orientação e distribuição de material informativo – Praça da Bíblia – Centro – Ribeirão Pires

segunda-feira, 7 de junho de 2010


NEM MULHER DE MALANDRO

NEM PATRICINHA,

NENHUMA MULHER QUER SER ROTULADA OU CHUTADA!

Lucia Irene Reali Lemos*



Como na música, “todo dia a cidade vem e nos desafia...” e é assim mesmo, todos os dias somos provocadas em nossa dignidade e não é de hoje as lutas dos movimentos e das organizações ligadas ao combate da violência contra as mulheres. Constantemente enfrentamos “ferrenhas” batalhas contra as campanhas publicitárias que utilizam a imagem da mulher em seus produtos e as oferecem como objeto de consumo. A coisificação tá escancarada e o desrespeito cada vez maior.

Esta semana fomos surpreendidas com a deplorável declaração de um desportista, jogador de futebol da Seleção Brasileira, Felipe Melo, ao falar sobre a sua insatisfação com a Jabulani, a bola oficial da Copa do Mundo: "A outra bola é igual a mulher de malandro: você chuta e ela continua ali. Essa de agora é igual a uma patricinha, que não quer ser chutada de jeito nenhum". O que nos leva a várias interpretações podendo entender que tanto a “mulher de malandro”, como “a patricinha”, (sem contar a ofensa dos rótulos) mesmo as duas não querendo, serão vítimas de violência, a diferença é que uma é agredida e se cala e a outra mesmo resistindo e reclamando será agredida também.

O fato é: a famigerada declaração vem carregada de machismo e nas entrelinhas revela a cultura de violência “velada” que existe no “mundo das personalidades” (o que não é nenhuma novidade pra nós), nos levando a uma reflexão sobre a postura do referido e o quanto isso nos transtorna.

Por ironia do destino, esta é a declaração de um homem que leva a imagem do Brasil gravada em suas vestimentas e em nossas bandeiras (sua atitude, retrata o triste perfil da violência contra as mulheres brasileiras) e foi feita na África do Sul, coincidentemente no país cujo Presidente da Liga da Juventude do Congresso Nacional Africano, Julius Malema, foi levado ao tribunal por empregar um discurso baseado no ódio contra as mulheres. País que segundo estudo efetuado em 2009 pelo Conselho de Pesquisa Médica da África do Sul revelou que um em cada quatro homens entrevistados admitiu ter violentado uma mulher, o índice mais elevado de todo o mundo.

Ora, ora, o referido foi “infeliz” na sua declaração e talvez desconheça o peso de ser mulher em um país cujo continente quase que na sua totalidade é marcado pela desigualdade, pelo machismo e pela violência.

Pesquisas apontam que a África do Sul possui altos índices de violência sexual – cerca de 150 mulheres são violadas diariamente, segundo os dados do Instituto Sul-Africano para Relações Raciais. Sem contar que é muito comum o estupro coletivo (1/4 dos casos envolve mais de um abusador). A estimativa é de que ocorra um abuso sexual a cada 26 segundos. Segundo a Simelela, ONG criada em 2003 para dar apoio às vítimas de abuso sexual na área que abriga entre um milhão e dois milhões de pessoas, 41% das mulheres que sofrem violação têm menos de 14 anos. Só na região da Cidade do Cabo, cerca de 10% deles admitiram ter feito com jovens menores de 10 anos De acordo com os registros da organização, a vítima mais nova tinha um ano, e a mais velha, 76.

Um Continente onde os papéis de gênero são radicalmente definidos e impostos; onde a masculinidade é associada a perversidade, a honra ou domínio sobre as mulheres; onde a punição de mulheres e crianças é aceita; onde a violência é o padrão para resolver conflitos, onde as mulheres são consideradas seres inferiores, como em Serra Leoa que, em tempo de guerra civil, faz com que as tropas rebeldes cometam a barbárie de forçar as mulheres à escravidão sexual. Em Uganda, onde a lei reconhece ao homem o direito de bater na mulher. Onde é praticada a mutilação genital em meninas consistindo na extirpação parcial ou total dos órgãos genitais, práticas estas, comuns em 28 países africanos. Onde é “cultural” os casamentos precoces das meninas na média com 11 anos de idade, o que limita a estas meninas qualquer oportunidade de ter uma vida normal de uma criança com direitos de criança.

" Nós pedimos com insistência: nunca digam "isso é natural". Diante dos acontecimentos de cada dia. Numa época em que reina a confusão. Em que corre sangue. Em que se ordena a desordem.Em que o arbítrio tem forças de lei. Em que a humanidade se desumaniza. Nunca digam: "isso é natural". Estranhem o que não for estranho.Tomem por inexplicável o habitual. Sintam-se perplexos ante o cotidiano.Tratem de achar um remédio para o abuso. mas não se esqueçam de que o abuso é sempre a regra. Desconfie do mais trivial, na aparência singelo. Examine o que parece habitual.Suplicamos expressamente: não aceite. O que é de habito, como coisa natural.Pois em tempo da desordem sangrenta. De confusão organizada.De arbitrariedade consciente.De humanidade desumanizada, nada deve parecer natural. Nada deve parecer impossível de mudar. (Bertold Brecht)


Lamentavelmente, várias culturas ainda aceitam, aprovam ou mesmo justificam as diversas atrocidades que são cometidas contra as mulheres, sendo essas atitudes, fruto da desigualdade estrutural e de normas de conduta distorcidas e rígidas a respeito dos diferenciados papéis que homens e mulheres devem desempenhar na sociedade. É urgente que busquemos cada vez mais ações para se banir as crenças da superioridade masculina onde a idéia de virilidade está associada a dominação e a de feminilidade se vincula a imagem preconcebida de submissão, se assim não agirmos estaremos fundamentando e consolidando relações violentas de gênero.

Como não nos indignarmos Felipe Melo? Quando você reproduz um discurso machista-sexista brasileiro, mas que não é diferente dos discursos do resto do mundo. A violência contra as mulheres e crianças ocorre em todos os países, em todos os grupos sociais, culturais, religiosos e econômicos, ou seja, a violência contra a mulher não respeita fronteiras geográficas, nem classe social, raça, religião ou idade.

Mudar o comportamento e as atitudes das pessoas exige um compromisso permanente de conscientização e de denuncia em relação à violência contra as mulheres e a todas as formas de opressão, pois se configuram em violação explícita dos direitos humanos e estas são inaceitáveis.

É Felipe, infelizmente VOCÊ PISOU NA JABULANI
E MARCOU GOL CONTRA
RESPEITO É BOM e TODAS NÓS O EXIGIMOS!

Lucia Irene Reali Lemos
, acadêmica de Administração Legislativa, assessora parlamentar e integrante do Coletivo Estadual de Mulheres do PT do Rio Grande do Sul.


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quinta-feira, 27 de maio de 2010




RETOMADA DA FRENTE REGIONAL DO ABC DE COMBATE À VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES

No último sábado, dia 22 de maio, reunidas no auditório da Câmara Municipal de Santo André, 34 mulheres e um homem representantes de 5 cidades do ABC, Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema e Mauá, participaram do Seminário Rede de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres.

Após as exposições de Marilda Lemos, que fez um resgate histórico da atuação da Frente Regional do ABC de Combate à Violêcia contra a Mulher, e de Dulce Xavier, que expôs O conceito e como funciona uma Rede de Combate à Violência contra as Mulheres, houve a participação das mulheres presentes no debate.

As mulheres salientaram a importância da sociedade civil organizada, ou seja, movimento de mulheres e Ongs que lutam pelos direitos das mulheres, de fazerem sua parte no fortalecimento desta Rede. Seja com um papel específico na rede ou mesmo na fiscalização e cobrança de políticas públicas eficientes do poder público.

Também foi mencionada a importância da participação do movimento de mulheres e das entidades junto ao Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, por meio do Grupo de Trabalho de Gênero.

Diante de tudo que se expôs, foi unânime a decisão da retomada da Frente Regional do ABC de Combate à Violência contra as Mulheres.

Para que possamos dar continuidade a esta decisão, ficou convocada uma próxima reunião deste grupo de pessoas, estendida para as demais pessoas que não puderam comparecer, no

dia 28 de maio, sexta-feira, às 18h, no Consórcio Intermunicipal, sito a Av. Ramiro Colleoni 5 , Centro de Santo André.

Avisem as demais pessoas interessadas e compareçam para que possamos dar continuidade.

A pauta inicial é:

  • Como a Frente Regional se fará representar no Grupo de Trabalho de Gênero do Consórcio Intemunicipal,
  • Quais serão nossos próximos passos
  • Elaboração de documento para a formalização da retomada da Frente Regional
Importante: Nos reuniremos após o ato do Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher, que acontecerá em São Paulo.